quinta-feira, 3 de maio de 2012

Ser como nós...


Passamos demasiado tempo escondidos nas palavras, escondidos no sentimento de revolta que nasce dentro de nós. Alimentamos a dor com demasiado carinho, sem sequer pensar, sem sentir sem chorar. Somos como gotas de espuma derretendo nos dedos, esquecidos no orvalho da manhã, abraçados a essa mãe que nos embala junto ao peito, essa mãe, que se chama solidão. Fechados neste nosso mundo de fantasmas que voam entre as quatro paredes. Ficamos apenas, abraçados a nós mesmos, com esses olhos de criança que não quer mais sonhar.
Chegou a altura de mudar, de rasgar o sentimento e partir para novos mundos. Ter a coragem de soltar as velas neste vento que nos embala, que nos refresca a alma, e nos faz sonhar. Chegou a altura de sorrir, querer mais, partir. Partir para a aventura de viver. De ser mais como nós! Poetas que transmitem nas palavras, a alegria de ser feliz, de sonhar e de amar!

De ser como nós

Texto: Nuno Miguel Almeida
Original: Aqui
Site NunoSioux: Aqui

Memórias da Alma sem luz


Tenta esquecer a percentagem de água que te compõe, apaga da alma o amontoado de pele e ossos que te estruturam. Guarda bem guardadas todas as memórias no recanto do bolso. Não penses, não chores, tenta afastar os medos. Não sussurres baixinho os segredos…
Viaja apenas com a tinta da alma e escreve… Descreve com mágoa ou carinho toda a composição lógica do ser, todas as dores, todos os males. Despeja agora os suspiros escondidos, as paixões mal revolvidas, a banalidade de uma viagem no parque.
Folha após folha, mágoa por mágoa, lágrima por lágrima, tenta transpor em papel a cor de tua alma…

Agora guarda, guarda em cada recanto de tua casa, em cada palha de teu ninho, guarda cada folha bem longe da alma, bem longe da vista, dia após dia, ano após ano….
Volta a pegar um dia, alguns anos depois, muitas memórias passadas, muita fome vivida, muita dor traída, volta a pegar em tuas memórias, em cada pedaço de alma estampada no papel.
Junta de novo todas as folhas, todas as tuas histórias e atira-as bem alto no ar, mil e uma memórias caídas do céu, sem tempo sem espaço e sem sentido, volta a pegar sem organizar, sem sequer olhar…
Lê de mente aberta, cada pedaço teu…
E descobre quem és, encontra a cor de tua alma, descobre quem realmente és…
Todos nós somos memórias, todos nós somos passado….


Por Nuno Almeida

Tempo do tempo, do tempo que nos resta.

Precisas de amar
Mas tudo o que entregas é corpo 
Falas da alma
E vives sem ela  
Queres
Mas não corres atrás
Aprendes a rir 
Ainda querendo chorar 
Tentas preencher 
Quando o copo está vazio 
Não podes 

MAS VAIS 
Queres esquecer 
Mas tudo o que resta é lembrar

A vida é um contra-senso cíclico, inversamente proporcional ao bater dos ponteiros, porque o tempo não pára, porque o tempo não dorme, porque o tempo não morre........

É o tempo do tempo, do tempo que nos resta. 

 Pensar é nosso escudo, agir a nossa arma!   

 (A simplicidade é arma letal em mundo complexo) 

Por Nuno Almeida